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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Semana da Caça

Caramba! Agora que estou conseguindo desacelerar de toda a correria que foi o período que se comemorou a semana da caça.

Há cerca de uns 6 meses fui convocado pelo Veterano Varela para integrar junto com outros descendentes de Veteranos e mais um "agregado", a comissão encarregada de montar o 38º Encontro Anual dos Veteranos. Uma vez aceito o convite, era hora de arregaçar as mangas e por as coisas para andar. Basicamente ficamos com a criação de uma placa para homenagear os Veteranos, preparar um vídeo com fotos e músicas da época da guerra, criar três banners para enfeitar o salão do restaurante e organizar a missa no INCAER.

Apesar de meus compromissos profissionais, consegui participar de uma reunião-chave que ocorreu no III COMAR, onde conseguimos o apoio daquela unidade, para confeccionarmos a placa e os banners. Eu puxei para mim a responsabilidade de montar o layout da placa e montar o vídeo com as fotos, já que o acervo do site é enorme. Coube ao neto do Veterano Beraldo organizar a missa e o cerimonial da inauguração da placa, e ao Fernando, nosso historiador "agregado", ficou com a produção das imagens para os banners e com a seleção de imagens para o vídeo.

Chegado o grande dia do encontro, cheguei cedo ao Clube da Aeronáutica para ajudar na colocação da placa, montagem do salão e na montagem do equipamento que iria reproduzir o vídeo durante o almoço. O trabalho foi corrido, mas tudo terminou dentro do prazo previsto, de forma que pudéssemos acompanhar a missa. O maior percalço foi com a fixação dos cartazes, que acompanham os Veteranos há uns 500 anos... elas não ficavam coladas nas vidraças nem com reza braba! Depois de muitas fitas adesivas, elas finalmente ficaram no lugar e nos deram sossego!

Durante a missa, chegou uma notícia de surpresa: a Editora Adler ofereceu 10 gravuras do P-47 do Nero Moura para serem sorteadas entre os convidados. Muito legal esta atitude deles, porém, como fazer para sortear? Depois de discutirmos algumas formas de conduzir o sorteio, me lembrei que para entrar no salão, cada convidado tinha que pagar na porta do salão. Fui até a menina que recebia o dinheiro, e pedi a ela a 1ª via dos canhotos do almoço pois eles são todos numerados, e seria assim que faríamos o sorteio.

Como as atividades durante o almoço não paravam de acontecer eu acabei ficando assoberbado e nem pude degustar com calma o bobó de camarão que coloquei no prato. O importante, é que no final todos gostaram da organização do almoço, e pudemos voltar para casa com o dever cumprido!

Mas, as comemorações não pararam por aí, no dia seguinte foi comemorado o Dia da Aviação de Caça na BASC. Como sempre faço em todos os eventos, fui lá para fazer a cobertura para o site além de rever os amigos. A nota interessante é que nós, os descendentes dos Veteranos, fomos convidados a integrar a tropa que desfilaria em continência às autoridades presentes.

Faltava agora colocar tudo na web. Isto só aconteceu na noite do dia seguinte e varou a madrugada do dia 24 ABR, para escolher as fotos, acertar os vídeos e revisar o texto antes dele ir para o ar. Mas pelas primeiras notas recebidas pelo artigo e pelas fotos/vídeos, conseguimos agradar o público que visita o site.

Agora, o foco é dar uma "guaribada" no site de notícias. Vamos porta-lo para a plataforma Joomla 1.5, o que nos dará mais agilidade na colocação das matérias, uma maior dinâmica no site, e até mesmo uma fotogaleria com mais recursos. Até lá então....

domingo, 13 de abril de 2008

E o Avestruz voou para o céu!

Demorei para conseguir escrever aqui no blog sobre a morte do Cmte. Rocha. Falar dele sem me emocionar é muito difícil. Embora só tenhamos nos visto pessoalmente um punhado de vezes, a empatia que tínhamos um pelo outro era algo muito interessante. Acho que é daquelas coisas espirituais. Ele sempre que me encontrava falava com muita emoção sobre o meu pai e de como ele gostava do velho.

Nosso último encontro foi no Aniversário do Grupo, em dezembro, lá na BASC. Ele já estava muito debilitado, estava em cadeira de rodas, mas me disse uma coisa muito bonita: "Sabe Luis, eu tô muito cansado, mas vir a Santa Cruz e rever meus companheiros é sempre revigorante e eu não podia deixar de vir..."

Infelizmente, seu estado de saúde deteriorou, e o corpo já fragilizado pela idade, não resistiu ao tratamento que lhe vinha sendo imposto para combater a doença. No último dia 01 ABR - 00:50, o nosso avestruz guerreiro alçou o seu último vôo terreno e foi se apresentar ao eterno Comandante Nero Moura. Terá sido coincidência o fato dele ter "decolado" na primeira hora do primeiro dia do mês de abril, o mês da aviação de caça?

Para nós, que ficamos por aqui, a notícia caiu como uma bomba. Eu havia recebido um e-mail do Mateus Rocha, presidente da Eu Amo Voar e vizinho do comandante em Araraquara, na véspera, dizendo que o estado de saúde do Cmte. Rocha era grave, e que o médico já havia preparado a família. Eram 08:00 do dia 01 ABR quando o meu celular tocou e vi no display um número começando com 016. Neste momento a tristeza se abateu sobre mim pois eu tinha certeza que era o Mateus me avisando do pior. Após falar com o Mateus, liguei imediatamente para o Veterano Varela com o intuito de avisa-lo, porém o aviso já havia chegado e os demais Veteranos estavam sendo contactados para irem ao enterro. Por volta das 09:00 o Veterano Osias me liga e me convoca para ir à cerimônia, haveria um vôo militar saindo do Correio Aéreo Nacional com destino a São Paulo. Pedi 10 minutos para poder avisar meu chefe (afinal era dia de trabalho...) e caso fosse liberado, confirmar a minha presença.

Tudo OK no trabalho, me apresentei no CAN na hora prevista, e lá encontrei os Veteranos Rui, Meira, Ariston, Osias, Perdigão e Areinha, o presidente da ABRA-PC, Brig. Lauro Ney, e o Cel. R/R Temporal, além do Cmte. do 1º Grupo de Caça, Ten-Cel Lorenzo, e vários pilotos da BASC. Eles fariam parte da comitiva de honra enviada pela base para prestar as últimas homenagens ao Veterano Rocha.

No caminho para o CAN eu ainda liguei para o Edgard Mello Filho e dei a ele a notícia e aproveitei para pedir a ele que me autorizasse a colocar no site, a entrevista que ele fez com o Veterano Rocha em seu programa Voar. O Edgard, gentil como sempre, autorizou de imediato e ficou muito emocionado com a notícia que lhe dei.

O vôo transcorreu normalmente, e chegamos ao Cemitério do Morumby no horário. Chegando lá pude reencontrar alguns amigos: o Vicente Vasquez, o Mateus Rocha, a Marta Bognar, o Ian Comber (ainda se recuperando do problema de saúde que teve), além do neto do Veterano Rocha, o José Edgard.

A missa foi rezada por dois capelães e contou com a participação do Veterano Rui Moreira Lima. Ele, com seu jeito irreverente conseguiu prestar uma linda homenagem ao Veterano Rocha, pois, conseguiu transmitir de forma leve, toda a dor e toda a saudade que o nosso herói deixou em nossos corações. A homenagem foi tão bonita, que conseguiu tirar alguns risos das pessoas que ali estavam. Foi emocionante ver o ADELPHI que foi dado, e eu, por exemplo, não consegui terminar de cantar o Carnaval em Veneza. O nó na garganta não deixou....

O caixão foi então conduzido para o jazigo, escolhido pelo próprio Veterano Rocha. Ouvi de um amigo dele que estava lá: "O Rocha me disse que havia escolhido este lugar por dois motivos: um para estar perto do Senna, e outro porque ali havia uma sombrinha. Assim, quem o fosse visitar não ia ficar com tanto calor...". O que mais pode se dizer de uma pessoa como ele?

Ao som do Toque de Silêncio, o caixão foi baixado na sepultura. D. Lélia, a viúva, recebeu das mãos do Veterano Rui a bandeira do Brasil que cobria o caixão. Ao final da cerimônia fui até d. Lélia novamente, e em nome dos filhos, netos e bisnetos dos Veteranos transmiti as nossas condolências.

Voltamos para o Rio já no final da tarde e pousamos no Galeão por volta das 20:00. A missão estava cumprida, tínhamos prestado nossa última homenagem ao Veterano Fernando Correa Rocha.